domingo, 25 de novembro de 2012

O GOLPE DA ANTOLOGIA


O GOLPE DA ANTOLOGIA

continua tudo tão atual
estamos na mesma nau
esperando o devido real 
voltar para o bolso do dono

antologia em abandono
organizador se fazendo de vítima
já assisti essa fita ilegítima
conta logarítima sem fim

Hum, Paulo Bonfim
continua na apropriação indébita
com débito que sempre aniversaria
Talvez você ria

a quem caberia mudar
essa tragédia banal?
Não sou seu rival
Apenas credor

e esse valor
eu como é de sal
porém, não tenho filho barbado
Pra ser contemplado com pensão

em compensação 
ainda ganho ameaça
tamanha trapaça
e cara de pau

Nesse ritual
de pedir a bênção
que na capoeira é um golpe letal
eu não comungo

quem se encosta em fungo
só pega doença
e constipação
ou algum outro mal

Mentira é a coisa que mais detesto
Se me manifesto é por esse motivo
não sou seu cativo
então, contas eu presto

Se eu gostasse de sustentar vagabundo
dava meu dinheiro aos presidiários
nada solitários nem maravilhosos
merecem que sejamos solidários?

Ou seriam fatos jocosos?
em resumo diário
se quer ganhar salário
que var trabalhar

é seu dever se calar
pagar o que deve
como se atreve a argumentar?
ainda vai comentar minha poesia no bar

pensa que esqueci?
não lembra que também sofri
com todo esse engodo
foi tudo um jogo

todos somos seus bobos
esperamos sentados
Por outro lado
Desiludi

No conto do vigário caí
fiz essa trova
por que nada prova
que fará o que diz

Diante do meu nariz
isso serve de lição
não confiar ao falção
preciosa perdiz

tudo que eu quis
foi produzir um livro
paixão de que vivo 
nesse país

não quero bis
de toda a larápia
nem das garras de harpia
Eu sei, você chia

Pra disfarçar até pia
fingindo agonia
mas sabe voar
e bem enganar

aquém quem faz poesia
cria fantasia, promessas perfeitas
às pressas, mau-feitas, 
pura profecia

ATEU POETA
O HISTORIADOR DE PACOTI
25/11/2012