O GOLPE DA ANTOLOGIA
continua tudo tão atual
estamos na mesma nau
esperando o devido real
voltar para o bolso do dono
antologia em abandono
organizador se fazendo de vítima
já assisti essa fita ilegítima
conta logarítima sem fim
Hum, Paulo Bonfim
continua na apropriação indébita
com débito que sempre aniversaria
Talvez você ria
a quem caberia mudar
essa tragédia banal?
Não sou seu rival
Apenas credor
e esse valor
eu como é de sal
porém, não tenho filho barbado
Pra ser contemplado com pensão
em compensação
ainda ganho ameaça
tamanha trapaça
e cara de pau
Nesse ritual
de pedir a bênção
que na capoeira é um golpe letal
eu não comungo
quem se encosta em fungo
só pega doença
e constipação
ou algum outro mal
Mentira é a coisa que mais detesto
Se me manifesto é por esse motivo
não sou seu cativo
então, contas eu presto
Se eu gostasse de sustentar vagabundo
dava meu dinheiro aos presidiários
nada solitários nem maravilhosos
merecem que sejamos solidários?
Ou seriam fatos jocosos?
em resumo diário
se quer ganhar salário
que var trabalhar
é seu dever se calar
pagar o que deve
como se atreve a argumentar?
ainda vai comentar minha poesia no bar
pensa que esqueci?
não lembra que também sofri
com todo esse engodo
foi tudo um jogo
todos somos seus bobos
esperamos sentados
Por outro lado
Desiludi
No conto do vigário caí
fiz essa trova
por que nada prova
que fará o que diz
Diante do meu nariz
isso serve de lição
não confiar ao falção
preciosa perdiz
tudo que eu quis
foi produzir um livro
paixão de que vivo
nesse país
não quero bis
de toda a larápia
nem das garras de harpia
Eu sei, você chia
Pra disfarçar até pia
fingindo agonia
mas sabe voar
e bem enganar
aquém quem faz poesia
cria fantasia, promessas perfeitas
às pressas, mau-feitas,
pura profecia
ATEU POETA
O HISTORIADOR DE PACOTI
25/11/2012